quinta-feira, 30 de dezembro de 2010


No parque há um banco feito de madeira
Que fica de frente para um lago
Passa o tempo e a madeira gasta
E o que o banco ouve o tempo não muda

Vidas que vem e que vão
E o banco apenas dá conforto
A quem esteja precisando ficar no parque de frente para o lago
Vidas que vem e que vão
O banco envelhece
Mas as pessoas são sempre as mesmas

O banco não é mais sábio por estar sempre ali
Mesmo com madeira envelhecida
Porque o ser humano se repete
Cada vez que senta ali para refletir
São as mesmas histórias

Tudo se repete
Mas sempre é tão intenso
O banco ouve a mesma história
Como se fosse a primeira vez

Hoje eu penso num amor perdido
Hoje é a minha história de amor perdido
Quantas antes neste banco não houve?
Mas é a minha história
E o banco é tão confortável como nunca antes fora

Milagroso? Não.
Minha história é de amor perdido
Perdido
Mas o banco fez com que essa história
Ficasse mais humana
Contemplando o lago sentado na madeira
Sinto a vida acontecendo

Sopra um vento muito leve
Fim de tarde chegando
Levanto-me
Apaixonado, rompido, esmagado
Mas humano
E o tempo passa
Quantas vezes vou voltar a esse banco?
Quem sabe pra pensar no amor
No absurdo da existência
E voltarão outras pessoas
Com sentimentos tão sinceros quanto os meus
Pra sentar no mesmo banco
E ver esse lago tão calmo
Tão indiferente e tão necessário
Para quem vive nesse mundo apaixonadamente livre e sem sentido

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